Gostaria
aqui de rever, ou melhor, de reformular uma frase que já foi repetida e
reproduzida, talvez, por milhares de vezes por pessoas que se habituaram a reproduzir,
sem questionar aquilo que chega até seus ouvidos.
Trata-se da frase: “O INGÁ SÓ É
CONHECIDO MUNDIALMENTE POR CAUSA DAS ITACOATIARAS”. Verdade seja dita, e temos que reconhecer a
importância e o valor que representa as Itacoatiaras para nós e para o mundo.
No entanto, é preciso que lembremos que esse RETRATO MUNICIPAL, quase deixou de
existir na mesma década (1970) em que se tornou o ESPELHO MAGICO da cultura
municipal. As pessoas, o poder público local viam as inscrições milenares com
certo repudio! Se assim não o fosse, como explicar os tiros que foram dados na
pedra. Como explicar os serviços de cantaria que foram instalados lá?
MULTA APLICADA A PREFEITURA MUNICIPAL DO INGÁ POR ESTAR DESTRUINDO AS ITACOATIARAS |
Foi em meio a essas e outras
contradições, que chegou ao município do Ingá, o Pesquisador Histórico e
Turístico (como ele próprio se nomeava), REYNALDO JÔNATAS LA BANCA. Segundo informações
obtidas a partir de entrevistas com a população local, documentos escritos e
fotografias, “SEU LA BANCA” como ficou conhecido o pesquisador entre a
população local, chegou ao Ingá por volta de 1977, e, como mostra seu currículo,
já trazia na bagagem uma vasta experiência em resgatar, pesquisar e “construir”
a identidade e a cultura turística de vários locais.
Apesar de ter nascido no Peru,
Reynaldo Jônatas La Banca foi um grande incentivador divulgador e conhecedor da
cultura e da história brasileira. No que diz respeito ao município do Ingá,
podemos dividir a história do turismo da cidade antes e depois de Seu La Banca.
Pois foi por meio de seu trabalho que “ o mundo passou a conhecer as pedras e
as Itacoatiaras se tornaram referência do Ingá para o mundo”.
Ainda na primeira metade da
década de 1970, o Ingá era desprovido de símbolos como Hino, bandeira e brasão.
Coincidentemente (ou não), foi a partir da presença de La Banca no município
que esses símbolos emergiram ligando a cidade as Itacoatiaras, e assim,
consequentemente criando um roteiro turístico para o Ingá.
Reynaldo Jônatas La Banca, chega ao município do
Ingá nos últimos meses do ano de 1977 para lecionar aulas de turismo em dois
cursos de relações humanas, patrocinado pelo CENAC. Ele ainda organizou um
curso de Conhecimentos e recepções turísticas as Pedras do Ingá, patrocinado
pela PB-TUR, CENAC e PREFEITURA DE INGÁ.
Em março 1978, La Banca foi
contratado pela prefeitura municipal de Ingá para organizar a Monografia em
estilo de “GUIA TURÍSTICO” com o título: “INGÁ, sua história, seu povo e sua
evolução”. Nesse mesmo tempo, foi contratado pelo então prefeito do
município para recuperar o extinto-arquivo municipal.
O EX- PREFEITO JOSÉ CLAUDINO DA SILVA ( ZÉ GRANDE) COM O PESQUISADOR REYNALDO JÔNATAS LA BANCA, NO ARQUIVO DA PREFEITURA MUNICIPAL DO INGÁ EM 1978 |
Foi no governo municipal de José Claudino da Silva (ZÉ Grande), que o Ingá reivindicou e construiu a partir das Itacoatiaras à sua Identidade Turística. E isso só foi possível graças à parceria que Zé Grande criou com dois visionários: o Professor Carlos Herriot Fernandes e o emblemático pesquisador Reynaldo Jônatas La Banca.
LEI MUNICIPAL, CRIADA PELO EX- PREFEITO JOSÉ CLAUDINO DA SILVA (ZÉ GRANDE), INSTITUINDO A CRIAÇÃO DOS SÍMBOLOS DO INGÁ |
Graças a essa parceria foram
criados e institucionalizados os símbolos que hoje representam o Ingá: a
Bandeira, o Brasão e o hino.
CARLOS HERRIOT FERNANDES |
BANDEIRA DO INGÁ |
BRASÃO DO INGÁ |
La Banca, como humanista que foi,
soube perfeitamente se incluir como parte integrante da população, vinculando
laços com as mais diversas camadas da sociedade. Procurou levar cultura para
aqueles que não tinha acesso, exibindo filmes nos bairros mais pobres do Ingá,
como nos bairros do Tijolo Cru, Emboca e Senzala.
A permanência de La Banca no
Ingá, ainda é lembrada por Edneide Barbosa que nos revela um pouco de sua
história.
De acordo com Edneide, Reynaldo
Jônatas La Banca é Peruano, e se desgarrou no mundo, ou melhor, saiu do Peru e
veio para o Brasil, depois da separação de sua esposa. Edneide ainda nos conta
que La Banca era muito amigo de sua família, e frequentava sempre a sua casa
para ter longas conversas com seu pai, seu Zé Barbosa.
A ESQUEDA EDJANE BARBOSA DO NASCIMENTO, AO CENTRO ALEXANDRE FERREIRA, A DIREITA EDNEIDE BARBOSA DO NASCIMENTO |
Como tinha poucas roupas, e não possuía
família na cidade, muitas vezes La Banca pediu para Dona Isaura lavar seu
famoso terno listrado.
ALEXANDRE E DONA ISAURA BARBOSA DO NASCIMENTO |
No ano de 1978, Edjane Barbosa do
Nascimento, uma das filhas de seu Zé Barbosa e Dona Isaura, tinha apenas 4 anos
de idade. La Banca, longe da família e carente do afeto dos filhos, transmite
para Jane a doçura e o carinho que só um pai pode ter por uma filha.
Edneide Barbosa, uma das irmãs
mais velhas de Jane, nos conta que, mesmo seu Zé Barbosa tendo uma VENDA na
qual se vendia entre outras coisas, chicletes, balas, pirulitos e outros tipos
de doces, La Banca não deixava de levar todos os dias para Jane uma grande
quantidade de guloseimas.
Em 06 de abril de 1978, Reynaldo
Jônatas La Banca é agraciado pela Câmara Municipal do Ingá com o Título de
Cidadão Ingaense. No momento da cerimônia de entrega do título, há uma grande
festa no Clube União Cultural Ingaense. E nessa festa de cerimônia de entrega
da mais alta honraria que pode ser dispensada por uma câmara de vereadores a um
indivíduo, encontrava-se ao lado do pesquisador Reynaldo Jônatas La Banca, com
apenas com 4 anos de idade, a menina Edjane Barbosa do Nascimento, o
acompanhado como madrinha.
LA BANCA E SUA MADRINHA JANE NA CERIMONIA DE RECEBIMENTO DO TITULO DE CIDADÃO INGAENSE |
Essas fotos, nas quais aparece
Jane ao lado do pesquisado Reynaldo Jônatas La Banca, eu havia visto a 24 anos atrás,
quando nós ainda éramos adolescentes.
Foi a partir dessas fotos, que
nos do Blog O Ingaense, decidimos procurar saber mais sobre a estada desse
pesquisador na cidade do Ingá e do papel que ele desempenhou como pesquisador e
fomentador de identidade.
Foi graças ao trabalho de La
Banca que as pedras se tornaram símbolo do município e o Ingá pode ser
reconhecido mundialmente por causa delas... assim como Jane se tornou a menina
dos olhos do pesquisador!
CURRÍCULO DE REYNALDO JÔNATAS LA BANCA
1- Curso de
mecanografia na NCR do Brasil (RGS);
2 – Curso de Operador Ruff de Contabilidade (SP);
3 – Organizador de monografias MUNICIPAIS: Históricas,
turísticas nos Estados e territórios: Território do Acre, Amazonas, Pará, Norte
do Mato Grosso, Norte de Goiás, Maranhão, Piauí, e municípios as margens das
Rodovias Eng. Euclides da Cunha “Transamazônica BR 230 e Rod. Cap. Pedro
Teixeira, BR 316 de Belém do Pará à Maceió-Alagoas, pesquisado até o Sertão de
Pernambuco em Cabrobó, TRIANGULO DO CARIRI: Barbalha, Juazeiro do Norte e
Crato.
4 – Palestra sobre a conquista e Integração da
Amazônia, em estabelecimentos de Ensino e Cultura, por esses Brasis afora.
5 – Palestras sobre o Cap. Pedro Teixeira, o
conquistador da Amazônia para o Centro Cultural do MOBRAL (ECULT) em todos os
municípios visitados.
6 - Curso de
Turismo pelo SENAC em 1973 (São Luiz – MA).
7 – Palestra sobre as comunicações rodoviárias da
Amazônia.
8 – Descobridor da mais recente cidade de pedras (Formações
rochosas) na margem direita das rodovias 230/316 entre Picos e Gaturiano no
Piauí, hoje importante ponto turístico.
9 – Reportagens e crônicas em Jornais rádios e TV.
10 – Palestra sobre roteiro turístico de Fortaleza
à Belém do Pará, pelo triangulo do Cariri, em uma aula pela ENCETUR.
11 – Organizador de uma especial MONOGRAFIA de
natal Rio Grande do Norte, para a EMPROTUR.
12 – Apresentado pela PB-TUR, a prefeitura de Cabedelo,
onde organizou a Monografia do Quilometro Zero da Rod. Eng. Euclides da Cunha BR 230 “Transamazônica”.
13 - Foi o
idealizador do Brasão e da Bandeira de Cabedelo, representando a mais
importante história da colonização paraibana.
14 – Em março, foi contratado pela prefeitura de
Ingá para organizar a Monografia em estilo de “GUIA TURISTICO” com o título
“INGÁ, sua história, seu povo e sua evolução”.
15 – Foi contratado para a recuperação do
extinto-arquivo municipal.
16 – Fez pesquisas no Instituto Histórico e
Geográfico da Paraíba, em Bibliotecas de João Pessoa e Campina Grande, sobre as
interpretações dos vários cientistas que estiveram nas Itacoatiaras do Ingá,
chegando a conclusão, com documentos comprobatórios de que foram os Fenícios os
autores das gravações referidas.
17 – Autor de inúmeras reportagens em Jornais,
rádios e TV na divulgação do potencial turístico e artesanal do Ingá.
18 – Deu aulas de turismo em dois cursos de
relações humanas, aqui em Ingá, patrocinado pelo CENAC.
19 – ORGANIZOU O PRESENTE CURSO DE CONHECIMENTOS E
RECEPÇÃO TURÍSTICA DAS PEDRAS DO INGÁ, com o patrocínio da PB-TUR, CENAC e PREFEITURA DE INGÁ
CURRÍCULO DE REYNALDO JÔNATAS LA BANCA FEITO POR ELE PRÓPRIO |
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ResponderExcluirParabéns a vocês do blog!
ResponderExcluirMuito boa à matéria...
Parabéns pelo blog e as belas histórias professor 👏👏
ResponderExcluirCada dia o blog o ingaense nos supreendem com histórias fascinantes do nosso município,parabénsaos que fazem este blog pela dedicação e preocupação dw sempre trazer algo novo para seus leitores...
ResponderExcluirCada dia o blog o ingaense nos supreendem com histórias fascinantes do nosso município,parabénsaos que fazem este blog pela dedicação e preocupação dw sempre trazer algo novo para seus leitores...
ResponderExcluirParabéns, Alexandre!
ResponderExcluirSeu blog é rico em História e ótimas lembranças.
Minha mãe (Lindalva) É meu pai (Rafael), se alegraram em rever a fotografia de La Banca (la banquinha), segundo eles, Grande historiador da época.
Infelizmente nossos representantes passam por CIMA,de uma data tão importante para o Ingá e os Ingaenses, como apenas, mais uma data em um calendário.
Saudosa é a lembrança, de quando em nossas Escolas se tinha o respeito em cantar todos os dias, o Hino de nossa Bandeira, assim como o de nossa Cidade.
Parabéns!!!!������
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