Fundada em 1926, a quase CENTENÁRIA, Escola de 1º Grau Abel da
Silva, situada na Rua
Padre Jose Alves, 908, Centro Ingá - PB, CEP:
58380-000, já teve dias melhores.
Inaugurada com o nome de Escola Reunida, por reunir em
seu espaço alunos do sexo feminino e do sexo masculino (coisa que era incomum
para a época), a escola, além de ensinar as primeiras letras e conteúdo que
são, ainda hoje costumeiramente ensinados nas mais variadas escolas do Brasil,
ensinava também condutas, práticas e códigos de convivibilidade e
sociabilidade aos seus alunos. Visto que para a época, era inadmissível para uma
menina ter o comportamento de um menino ou sonhar com a profissão de um homem.
Assim as meninas deveriam ser prendadas, delicadas... E aprender tudo aquilo
que era “por condição, destinado a elas”. Aos meninos!? Era oferecido o mundo,
lógico que com suas regras.
De
acordo com o livro do Professor Alexandre Ferreira, INGÁ: Retalhos da História ...Resquícios de memórias (2012; p.
89-90). As meninas recebiam uma educação
para o lar. Ou seja, aprendiam a bordar, a pintar, a costurar, normas de
comportamento social, etc. Elas eram preparadas para a vida no casamento, como
donas de casa e mães de família, e nunca para o trabalho fora do lar. A não
ser, como professoras.
Na Ala Masculina, a forma de educar era diferenciada da Feminina
(exceto a exclusão dos castigos físicos). Os Meninos tinham uma maior liberdade
dentro deste sistema educativo. Pois ao contrário das meninas poderiam escolher
a profissão que quisessem, sem que com isso sofressem preconceitos ou rejeições
por parte da sociedade. Obviamente, assim como as meninas, eles precisariam
constituir família, já que esta instituição se constituía como o principal
projeto de felicidade da sociedade daquela época.
Antigo prédio da Escola Estadual de 1º Grau Abel da Silva, atual E.M.E.F. Cândida Amélia de Farias Braga |
No momento de sua fundação, a Escola Reunida teve como suas primeiras
educadoras: Julia Milanez Dantas e Isaura Milanez Dantas. No decorrer dos anos
na década de 1950, a Escola Reunida foi reconhecida pelo Estado e passou a se
chamar Grupo Abel da Silva, neste momento, tendo como uma de suas mestras a
professora Cândida Amélia de Farias Braga, conhecida também como Nenzinha
Farias.
Alguns
anos mais tarde (1973-1975), a Escola Abel da Silva, que pertencia ao Estado,
foi transferida para outro prédio mais amplo e moderno, ” que é justamente o prédio onde funciona, ou
funcionou até 2016 a referida escola.
Festividade
com políticos locais e alunos do recém inaugurado prédio da Escola Estadual de 1º Grau Abel da Silva em 1975. |
No ano de 1989, a Escola Abel
da Silva, a qual havia se transformado “na menina dos olhos do ensino público
do Ingá”, precisou passar por reformas. E os alunos (dos quais eu
orgulhosamente fazia parte) tiveram que ser transferidos para outras
acomodações no prédio da Escola Estadual de 2º Grau Luiz Gonzaga Burity, até
que fossem concluídas as obras.
Lembro-me
com orgulho, da entrega do prédio restaurado aos alunos, e do então prefeito da
época, Antônio de Miranda Burity (o qual tinha como irmão o governador do
Estado da Paraíba, o professor Tarcísio de Miranda Burity), falando sobre a
importância da educação na vida dos cidadãos e entregando o prédio restaurado e
novinho a então Gestora da escola na época, Zilneide de Barros Matias.
Do final da década de
1989 para cá, muita coisa mudou... E, pelo que eu pude constatar ao visitar as
dependências do prédio da Escola Abel da Silva, no último dia 19 de janeiro de
2017, a situação em que se encontra o estabelecimento não é uma das mais
confortáveis.
A escola da qual eu tenho
o maior orgulho de dizer que fui aluno, e agradeço o que sou hoje graças (em
parte), a ela e seus professores (Dona Toinha, Dona Verinha, Professora
Rosilda, Dona Arleide Bacalhau, Graça Fernandes) ESTÁ CAINDO AOS PEDAÇOS.
Mesmo
assim. Mesmo mostrando vários problemas de desgastes na infraestrutura e dando
os últimos suspiros de vida... sem condições mínimas de funcionamento...
Ostenta
em sua faixada: MATRICULAS ABERTAS!!!!!
Eu,
como cidadão, como ex-aluno, como pai e educador, pergunto aos leitores desta matéria: Depois de verem as seguintes fotos, tomarem conhecimento
da bela história do Abel, saberem das reais condições do Prédio atualmente,
qual a opinião dos senhores? Cometem.
Uma pena como se encontra a escola que iniciou a formação da maioria dos intelectuais da cidade.
ResponderExcluirD. Antonia Ribeiro de Mendonça ( professora aposentada da Chã dos Pereiras), foi aluna da Escola Abel da Silva(hoje a Escola Cândida Amélia)onde cursou até a quarta série primária. D. Antonia residia à rua José Silvério Lacerda(caminho do cemitério).
ResponderExcluirEssa história poderia ser ficção, mas é a realidade.
ResponderExcluirOlá! Sou paraibana estive por ai há alguns dias atrás. Tenho fotos deste colégio histórico. Posso compartilhar a sua pesquisa, para dar ênfase ao que quero falar sobre o colégio Abel? Eu também sou historiadora. Grata!
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