quinta-feira, 25 de março de 2021

ESCRAVO, CRIA DE FELIX FERREIRA DE AGUIAR, MORADOR DE MOGEIRO, FOGE DE SEU NOVO DONO EM 1860.

    Durante muito tempo fomos induzidos a acreditar que a escravidão entre Ingá, Mogeiro, Itatuba e demais cidades que compõem o agreste paraibano foi algo praticamente inexistente. A verdade é que essa região representou durante todo o período em que se estabeleceu a escravidão no Brasil, como sendo uma área de refugio de escravos fugidos. Nesse sentido é importante lembrarmos a existência até hoje de varias comunidades quilombolas nessa região, a exemplo O Grilo, Pedra d’agua, Matão do Nego entre outras. Grande parte dos escravos fugidos da zona canavieira de Pernambuco, buscavam abrigo nas matas do agreste paraibano ou voltavam pros seus antigos donos. 
    Veja abaixo, publicação do Diário de Pernambuco de 4 de janeiro de 1860.


   " Aos Srs. pedestres e capitaes de campo. 

 Fugio no dia 2 do corrente o cabra Jorge, de idade 45 annos, pouco mais ou menos, baixo. secco do corpo, pouca barba, cara descarnado, olhos regulares, cabellos crespos miudos, a perna direita um pouco arqueada para dentro, levou camisa de chita rusa de listra. calça de algodão escuro, partida nos joelhos, chapéo de palha velho: levou mais uma calça de Casemira de cor e camisa branca : este escravo foi cria do fallecido Felix Ferreira de Aguiar, morador em Mogeiro. entre Tabatinga e Ingá: suppõe-se elle terer fugido para alli: quem o pegar, leve a rua Nova. 18. ou no sitio Cortume, nos Afogados, d'onde elle fugio, que será recompensado. - Fugio na noite do 1.o de janeiro, do engeuho Serraria de Jaboatão, o escravo Silvestre, de 40 annos de idade, de Angola, porém basiante ladino, de altura e grossura media, pernas un pouco Ginas, andar apressado, olhos vivos, tem uma cicatriz em uma das faces, de uma espinha, lem barba, porém conserva-a baixa: levou consigo, alem de roupa de algodão branco, calça Je algodão escuro e jaquela branca. O abaixo assisnado, seu senhor, e proprietario do engenho acima, promelle 50$ a quem o apprehender e tho entregar". (DIARIO DE PERNAMBUCO- QUARTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 1860)

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