domingo, 14 de julho de 2019

DA QUEDA DO BOI AO CHORO DO MENINO: A VAQUEJADA QUE DÁ ORIGEM A MATERNIDADE TIBÚRCIO VALERIANO DO INGÁ


Do final da década de 1960 até meados da primeira metade da década de 1970, o Ingá vivenciou um período histórico onde a tradição cultural e a modernização do espaço urbano coexistia pacificamente um com o outro. Os ideais de desenvolvimento se paltava no turismo de visitação as Itacoatiaras, melhoramento educacional, e, na implantação de uma politica publica voltada para o beneficiamento da saúde de uma população que ainda curava suas mazelas com chás e efusões e visitas a rezadeiras.
MATERNIDADE TIBÚRCIO VALERIANO DE OLIVEIRA, A ESQUERDA, EM 1972. FOTO: ACERVO PARTICULAR DO BLOG O INGAENSE

Durante os governos dos Prefeitos Zé Grande e Tibúrcio Valeriano de Oliveira, o Ingá saiu da lama: teve ruas pavimentadas, construção de prédios públicos, escolas inauguradas, ruas e loteamentos abertos e doados a população ingaense.
Foi em meio a esse contexto de desenvolvimento e favorecimento do povo do Ingá, que que foi pensada, e posteriormente construída a Maternidade Tibúrcio Valeriano de Oliveira, ainda em fins da década de 1960, e que posteriormente daria origem ao “hospital”, que ora aparece como Hospital Regional do Ingá, ora como Hospital Geral de Ingá Dr,. Ivo Aragão.
FOTO: 05 DE NOVEMBRO DE 2017

FOTO: 13 DE JULHO DE 2019

A ideia de se construir uma maternidade para amparar as mães ingaenses partiu do então prefeito do Ingá Tibúrcio Valeriano de Oliveira e sua esposa Neusa Agra, que na época, para arrecadar fundos para a construção do local idealizaram uma Vaquejada, onde autoridades, políticos e o povo foram convidados a participar, como nos mostra a noticia do Diário de Pernambuco de 21 de outubro de 1969)
"Ingá se promove através de uma vaquejada
Além da pedra lavrada que é um assunto primordial na imprensa, inclusive no sul do país com os seus segredos e mistérios que a própria ciência não pode desvendar. Ingá foi centro de maior concentração Popular domingo último com a realização de uma vaquejada que se impôs como a maior destes últimos anos na região.
A motivação da festa
O empenho do prefeito Tibúrcio Valeriano de Oliveira e de sua esposa Dona Neusa agra de Oliveira Cariri em dotarem ao município e a região de uma maternidade compatível com as necessidades da natalidade foi o motivo de uma grande reunião de Vaqueiros fazendeiros autoridades e o povo que assim obtiveram meios financeiros para a grande iniciativa de servir nesse específico Campo da saúde.
Para se ter uma ideia da fluência de autoridades no grande acontecimento registramos aqui a presença do Senhor Amir Gaudêncio superintendente do INPS da Paraíba, advogado José Martins de Arruda, General Paz de Lima, interventor Federal de Campina Grande, fazendeiro, Severino Farias da Fonseca, presidente da ordem dos Vaqueiros do Nordeste, jornalistas Barroso pontes e Orlando Tejo, Prefeitos José Ribeiro de Massaranduba, Honório Valeriano de Oliveira de Itatuba, Belarmino Borba de Fagundes Deusdedt de Olivedos promotor Afrânio Aragão, da comarca, advogado Nivan Bezerra Gabriel e Rostand Agra, senhores Tibúrcio Batista da Silva e José de Carvalho Farias, 1º Tenente-médico Ivan Vieira, odontólogo João Cariri do Nascimento médico Manoel Gaudêncio secretário de saúde do Governo do Estado, e ainda o prefeito Severino Alves da cidade de Serra Redonda.
Êxito da administração
Durante todas as festividades compreendendo-se sábado e domingo, o prefeito Tibúrcio Valeriano de Oliveira recebeu encômios de todos os presentes pela grande administração que vem executando, especialmente no setor da Saúde, da educação, rodovias, com melhores planos para o desenvolvimento da Agricultura, impondo-se pela prestimosidade justifica a grande tarimba que vem de outras administrações e de uma vivência política que lhe consagra liderança no município e na região. Um dos assuntos que vem de merecer melhor registro é o início da execução do abastecimento da água da cidade através do convênio com o Banco Nacional de Habitação, CAGEP e a Prefeitura do Ingá." (Diário de Pernambuco, Terça-feira, 21 de outubro de 1969).
            Ao longo de algumas décadas favorecendo e atendendo a população pobre do lugar, a antiga maternidade, onde vários ingaenses chegaram ao mundo (entre eles eu, que nasci amparo pelas mãos de parteira, a quem aprendi a amar e respeitar como madrinha – Marinha de Zé Pequeno), hoje tem suas portas fechadas.
É impossível não se sensibilizar com mais um retrocesso na nossa história em nome do mesmo progresso que possibilitou o surgimento da dita maternidade.
O que resta agora é nos perguntar: Que destino terá o prédio da maternidade do Ingá?

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