A beleza do espaço,
a delicadeza das cores, a harmonia das formas, o gracejo das ruas...todas essas
características fazem da arquitetura e do casario de Riachão do Bacamarte um
referencial de preservação da cultura, da memória e das raízes históricas do
povo agrestino.
Em
estilo arquitetônico baseados em arte decô, arte neveau, barroco tropical e neoclássico,
o casario de Riachão do Bacamarte representa por meio da materialização de seu patrimônio,
um passado de tradição e de um estremo bom gosto na escolha dos filhos dessa terra.
Outro observador que parecer ter se encantado
pelo significado e o estilo multicor e alegre desse tipo de arquitetura popular
foi o escritor paraibano Ariano Suassuna, que se referindo as moradias
populares diz:
“E foi assim que, preparado pela embriaguez da
festa e da dança, eu vi pela primeira vez que as fachadas das pobres casas
populares eram como as roupas vestidas pelos negro-dançarinos, protestos contra
a miséria, a cinzentice, a feiúra, a rotina e a monotonia de suas vidas. Vi
pela primeira vez que, coloridas como eram em amarelo-ocre, vermelho-sangue,
azul-pavão, amarelo-ouro, verde bandeira ou verde lodo, e até no rosa ou roxo
púrpura que, antes, por preconceitos, eu tivera tanta dificuldade em aceitar,
aquelas casas, em sua maioria feitas de taipa rebocada e pintada, eram também
jóias em ponto grande como as que eu sonhava, jóias que, dados momentos, também
rebrilhavam ao sol de modo a que Deus as avistasse com alegria. Minha
embriagues - dançarina era tal que até as próprias casas dançavam – e eu
descobria que elas eram como fortalezas, marcos, redutos e bastões que o
indomável espírito do nosso povo colocava ao mesmo tempo diante da vida
monótona, cinzenta e sem atrativos do seu dia-a-dia e diante das pedras
castanhas facetadas, aquelas espécies de ladrilhos brutos, enormes, cruéis e
mal-lapidadas que tantas vezes eu já encontrará em nossas estradas, Caatingas e
tabuleiro”.
Criado a partir da Lei Estadual, nº 5920, o Riachão do Bacamarte deixa
de pertencer ao município do
Ingá em 29 de abril de 1994. De acordo com o IBGE, em divisão
territorial datada de 1 de junho de 1995, o município de Riachão do Bacamarte é
constituído do distrito sede. Pela lei estadual nº 6224, de 10 de janeiro 1996,
o município de Riachão do Bacamarte passou a denominar-se Assis Chateaubriand.
Pela lei estadual nº 014, de 12 de maio de1997, o município de Assis
Chateaubriand volta a denominar-se Riachão do Bacamarte.
Dono
de uma história ricas em tradições. Consciente de seu passado, as referências
históricas sobre o povoado de Riachão do Bacamarte vêm desde o tempo do Império
brasileiro, como nos mostra o Jornal O Governista Parahyba (1850; p.04)
Bacamarte.
- Povoação pertencente ao município do Ingá, 5 legoas ao Nascente de Campina
Grande, ou 27 ao poente da cidade da Parahyba. Esta povoação está sobre um ramo
da serra que lhe deu o nome, e na estrada que desta província segue para
Pernambuco. Seus habitantes soffrem falta d’agoa..

Hoje,
abençoado ´por Santana do Bacamarte! Apadroado por São Sebastião, o casario de
Riachão, nos diz muito sobre o passado da cidade. Nos conta muito sobre a nobreza
de quem os preserva e nos indica um futuro no qual a população sabe de fato de
onde veio e quais valores precisar preservar.
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