Nós do blog O Ingaense iniciamos esta
semana, trazendo para os nossos leitores, um dos prefacista dos livros do historiador
ingaense Alexandre Ferreira.
Hoje,
publicaremos o prefacio da 1ª edição do livro do professor ingaense escrito
pelo renomado e conhecido pesquisador/escritor/historiador Vanderley de Brito.
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HISTORIADOR VANDERLEY DE BRITO. FOTO: INTERNET |
Segue
o Prefácio:
Prefácio:
Ingá é uma terra muito
rica em histórias e pré-histórias que até aqui nunca foram contadas. Na
verdade, o único livro que Ingá tinha como fonte de sua história era a versão
“Uma História do Ingá” (1993), composto pelas pesquisadoras Maria Helena
Cavalcanti, Regina Célia Gonçalves e Vilma de Lurdes Barbosa de Souza, sob a
coordenação de Rossana de Souza Sorrentino, que foi produto do Projeto “Resgate
do processo Histórico e Cultural dos Municípios Paraibanos”, elaborado pela
Coordenadoria de Estudos Históricos e Culturais do Instituto de Desenvolvimento
Municipal e Estadual.
Contudo, este projeto
tinha por objetivo apenas atender às necessidades relativas à educação nos
municípios, principalmente no que se refere à elaboração de materiais didáticos
e reciclagem do corpo docente dos ensinos fundamental e médio sobre História
Local. Por isso, acabou sendo um livrinho genérico e opaco, elaborado por um
grupo forasteiro sem qualquer vínculo com a personalidade pulsante do lugar.
Mas isso não é uma
realidade exclusiva do Ingá, a maioria dos municípios da Paraíba é desprovida
de historiadores acadêmicos com interesse no resgate das raízes históricas de
seu lugar e, conseqüentemente, não possui sequer uma versão ou esboço de sua
história. Por isso, quando emerge um historiador patrício interessado em
historiar sua terra é sempre um motivo de muita satisfação, porque, além de ser
um contributo à macro-história, é uma visão historiográfica local que consegue
transcrever com fidelidade as perspectivas, valores e entendimentos do povo.
Pois é escrito por um elemento originário deste mesmo povo.
O município do Ingá é
terra de personalidades como João Martins de Athayde, que foi o maior editor de
literatura de cordel de todos os tempos; Mirian da Luz e Silva, importante
escritora e cronista; Antônio Hortêncio Cabral de Vasconcelos, inventor,
musicista e poeta; o jornalista Severino Marcos de Miranda Tavares, autor de
vários livros de poesia. Ingá também é terra da
Pedra do Ingá, uma das maiores celebridades rupestres do mundo
que até hoje guarda selado na rocha um inacessível segredo da aurora da
humanidade. Porém, há muito Ingá estava precisando trazer à luz uma nova
personalidade das letras que pudesse decantar sua aldeia com propriedade.
Alguém que tivesse bebido das águas do Bacamarte.
Eis que, com ares
bucólicos, um jovem professor ingaense se inspirou a tecer uma história
original desta terra, que se destinasse aos filhos da terra e fosse capaz de,
de maneira instigante e didática, fazer o povo pensar e questionar velhos
dogmas arraigados na historiografia deste município. O nome deste historiador
ingaense é Alexandre Ferreira e a obra se chama “Ingá: Retalhos da História...
resquícios de memórias”.
O livro não é desses
do tipo “control-C, control-V”. É incrivelmente original e, além de recolher
fatos, também rememora lembranças da terma infância do autor, assim como
narrativas e lendas que ouviu de seus antepassados, sobre a escravidão, o
período áureo do algodão, os levantes populares, cangaceiros que circundaram a
região, os antigos cabarés, técnicas de artesanato local; imaginários sobre a
Pedrado Ingá e muitos outros aspectos miúdos que
escapariam facilmente àqueles que não são do lugar.
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CAPA DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO LIVRO: INGÁ: Retalhos da História...resquicios de memórias! Essa capa , assim como a edição do livro fora elaboradas pelo historiador Vanderley de Brito |
O livro também é ousado. Alexandre traz
questionamentos sobre a origem do topônimo Ingá, sobre quem de fato seria a
santa padroeira da cidade e também alude o desdenho da população do ingá em
relação a sua famosa rocha com inscrições. A propósito, como se trata de um
filho da terra, honesto com suas perspectivas, este desdém à Pedra está
presente nas linhas e entrelinhas da obra.
De modo geral, sua
história do Ingá, embora instigante e pitoresca, não é conclusiva. Até porque o
livro está totalmente imerso na sépia do passado, fazendo apenas raras e
tímidas projeções do contemporâneo sem reavivar suas cores. Porém, seria querer
demais exigir do meu amigo historiador que ele tivesse esgotado a matéria ao
nos apresentar esta obra, pois ele próprio é ciente de que apenas está tocando
na ponta do iceberg de uma História que ainda pode ser recheada com muitos
exemplos de fatos e concepções históricas.
Neste livro, Alexandre
esta abrindo a janela de sua alma, de sua inteligência e de seu coração
patrício para que outros estudiosos também possam penetrar e novos aspectos
possam ser considerados, aprofundados e apontados sob outras vertentes
socioculturais.
Congratulo este jovem
historiador pela coragem, perspicácia e notabilidade de sua obra, que,
definitivamente, entrará para os anais da história do Ingá.
Campina Grande, 01 de Setembro
de 2012
Prof. Vanderley de Brito
Historiador/SPA
Nós do Blog o Ingaense, deixamos aqui nossos sinceros agradecimentos a esse ilustre pesquisador, escritor e grande historiador. Gostaríamos de salientar também que sem a sua ajuda, que foi fundamental, não haveriam sido publicados os escritos do professor Alexandre.
A você amigo Vnaderley, nossos sinceros agradecimentos.
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