sexta-feira, 17 de março de 2017

A GEOGRAFIA DA ESCRAVIDÃO NO MATA NEGO DO INGÁ

Conhecido pelos maus tratos com os quais o senhor Ludovico de Melo Azedo tratava seus escravos, a história do Mata Nego no Ingá, tornou-se referência para qualquer pesquisador que queira estudar a experiência escravocrata no município.


            Segundo o livro do historiador INGAENSE Alexandre Ferreira (Gládio, o chicote e os gritos que não se ouviram da senzala! História e memória da escravidão na Vila do Ingá na segunda metade do século XIX! – Editora Cópias &Papeis,2017), havia na propriedade dos AZEDO uma geografia escravista da morte que a distinguia das demais fazendas da época.



De acordo a obra do escritor ingaense, a propriedade era subdividida em três partes:
*      MATA NEGO - era a área territorial próxima a sede da fazenda, local este onde os escravos eram queimados vivos sob a vigília do olhar doente e perverso de Ludovico de Melo Azedo.
A violência contra o escravo foi tão marcante nessa fazenda, que o ato serviu para nomear a propriedade até hoje.
*      ARRASTO – como escravo não era considerado gente, ele também não poderia ser sepultado como tão. Era comum no Brasil Imperial, encontra corpos de negros jogados em valas, no mar, em beiras de estradas, na frente de igrejas...
No Ingá, os escravos mortos ou assassinados pelos maus tratos que seus donos lhes dispendiam eram jogados em um lugar conhecido até hoje como arrasto, isto por que se arrastavam os corpos dos escravos até lá e os atiravam em um riacho. A região do arrasto pertencia ou pertence ao Mata Nego.
*      ESCAPA – Escapa, como o próprio nome denota, era a região que para o cativo ingaense, significou liberdade.  Por ser um lugar de mata fechada e de difícil acesso. Os negros fugidos da fazenda Mata Nego conseguiam escapar por lá com mais facilidade.

As atrocidades cometidas contra o corpo e a alma do escravo no município ainda é sentida pela população. A violência usada foi tão exacerbada que ainda hoje faz sangrar na população as feridas das lembranças deixadas e herdadas pelos antepassados.


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