Quem
nunca ao passar no trecho da BR 230, que liga o município do Ingá a cidade de
Riachão do Bacamarte (dentro de um carro ou em cima de uma moto), nunca olhou
para o seu lado esquerdo (no sentido Ingá/Riachão do Bacamarte) para admirar
uma pequena cidadela construída em uma elevação que não chega a ser um morro,
onde se encontram: uma Igrejinha, um cemitério e poucas casinhas coloridas,
onde os moradores encontram na pracinha em
frente à igreja uma maneira de passar o tempo: seja conversando, jogando
dominó ou por simples prazer em olhar os carros rasgarem a BR cima a baixo?
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Vista frontal da Igreja De Santana |
O
que ninguém imagina é que aquela igrejinha é testemunha viva de toda a história
que precede a formação política tanto do Riachão do Bacamarte, como da cidade
do Ingá.
Construída nas últimas décadas do
século XVIII (em 1780) pelos holandeses, a fundação da Igreja de Santana do
Bacamarte, antecede a própria fundação da antiga vila do Ingá. Visto que este,
só vai aparecer como vila na história, na primeira metade do século XIX, a
partir de 03 de novembro de 1840.
Por ser mais antigo, e por
consequência anteceder a própria criação da Vila do Imperador, o povoado de
Bacamarte, serviu, e serve ainda hoje (tento ao município do Ingá, como a
cidade de Riachão do Bacamarte), como um sobrenome. Daí a expressão: “Vou ao
Ingá do Bacamarte!”, “Nasci no Ingá do
Bacamarte!”
As evidências que nos levam a
crer que o município do Ingá começou naquele povoado, são muito fortes... E,
essas evidências nos guiam a outras questões, entre as quais nos direcionam a
necessidade de preservação daquele patrimônio bi Municipal.
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Vista Parcial do interior da igreja |
Lá! No interior da igreja de
Santana do Bacamarte, foram sepultados ricos fazendeiros, sacerdotes cristãos...
pessoas pertencentes a alta estirpe da sociedade local daqueles anos. A prova
disso, é que ainda hoje, se encontram no interior do templo cerca de 35
sepulturas guardando os corpos daqueles que dominaram com o poder temporal e em
nome de Deus toda uma sociedade.
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Túmulos que formam o piso da igreja |
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Dona Edilza |
Nós do blog O
Ingaense, em conversa com a cuidadora da Igreja de Santana do
Bacamarte, a Senhora Edilza de 55 anos, tomamos conhecimento de alguns “fatos”
que transcendem o real e o material.
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Vista panorâmica do interior da igreja |
Além de nos informar sobre os
cuidados de preservação que foram tomados com o templo nos últimos anos, Dona
Edilza nos fala sobre um misterioso inquilino que habita o coro da igreja.
Quando manifestei o desejo de
subir ao coro para fotografar a vila de cima, Dona Edilza disse toda
preocupada: “ Cuidado professor! Ai em cima morra um fantasminha.... Quem sobe aí
com o cabelo amarrado, ele desprende! Várias vezes, quando subir para limpar aí
em cima, ele passou as mãos nas minhas pernas! ”
Confesso que ao escutar isso eu
gelei, e levei muito a sério a hipótese de soltar o cabelo e de desistir da empreitada. No entanto prossegui!.
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Subindo no coro |
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Vista da Vila do Bacamarte do coro da igreja |
No coro da Igreja de Santana do Bacamarte, fiz as fotos que pretendia fazer. Vi a bela visão que o coro oferece da nave da igreja...
Verdade! Desci com o cabelo
preso... mas totalmente amedrontado por haver sentido mãos acariciarem as
minhas pernas...
Quem duvida! Então eu, os desafio
a visitarem a Igreja de Santana do Bacamarte!
Linda por fora, e restaurada por
dentro, a Igreja de Santana do Bacamarte é uma das pérolas que precisamos
preservar como parte de nossa história (tanto o Riachão como do Ingá).
Hoje, o povoado de Bacamarte,
geograficamente, pertence ao Município de Riachão. Porém mesmo assim, não é
menos Ingá, ou mais Riachão. Afinal! Até pouco tempo atrás éramos apenas um!
Respeitar o patrimônio, é também respeitar a
nossa própria memória! Afinal um povo que não tem memória é um povo sem
passado, sem presente... com um futuro incerto! E sem história!.
Muito bom 👏👏👏👏👏
ResponderExcluirCada vez mais me torno fã,parabéns mais uma vez .
ResponderExcluirParabéns pelo seu belo e importante trabalho.👏👏
ResponderExcluirMuito bem contada a história da igreja parabéns ótimo trabalho
ResponderExcluirQue história fantástica amigo Alexandre. Quero conhecer esta capela, vejo-a pela BR-230 e sempre quis conhece-la de perto.
ResponderExcluir🍃🌺🍃Amei a matéria! Parabéns ao autor e obrigada por resgatar historias da nossa terra... Nessa igreja foi onde rezei muitas novenas no mês de maio, assisti muitas missas e batizei alguns dos meus afilhados na minha infância e adolescência. Senhora Santana para sempre
ResponderExcluiramém.🍃🌺🍃
Parabéns lindo trabalho,pq os professores do município não usam a igreja de Santana como tema de um trabalho às crianças vão aprender sobre a história dá sua cidade e de uma certa forma de sua própria história.
ResponderExcluirSó esqueceram do principal: A imagem de Sant'Ana... Barroca do século XVII...
ResponderExcluirEm breve, farei uma visita a Igreja de Santana do Bacamarte e consequentemente, ao seu inquilino primordial! 😀
ResponderExcluirHoje Bacamarte é uma vila, segundo o censo do IBGE. Faz parte da zona urbana da cidade de Riachão do Bacamarte.
ResponderExcluirObtive essa informação quando fiz parte da comissão censetária de Riachão do Bacamarte.
ResponderExcluirMaravilha suas incursões por nossa história professor Alexandre. Fiquei curioso em saber o que aconteceria com quem é careca ao subir ao Coro da Igreja de Bacamarte... kkkk Parabéns pelo blog, sensacional
ResponderExcluirQue matéria maravilhosa,parabéns 👏👏👏
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